20140415

Angola: Gabinete Central aprimora preparação das condições para a realização do Censo2014


Luanda – O coordenador da Subcomissão de Formação e porta-voz do Gabinete Central do Censo, Salvador Ferreira, concedeu, quarta-feira, uma entrevista à Angop, onde aborda uma série de assuntos que têm a ver com os preparativos do Recenseamento Geral da População e Habitação, que Angola realiza de 16 a 31 de Maio próximo.

Salvador Ferreira discorre sobre assuntos que vão desde o recrutamento e selecção de agentes de campo às estratégias de mobilização e publicidade e esclarece algumas dúvidas que se têm levantado à volta do processo.

Eis a entrevista na íntegra:

P: Estamos há justamente 30 dias, do início da grande operação estatística, o Censo2014, e que vai mobilizar todo o país. Nesta altura, e na sua qualidade de porta-voz, o que se lhe oferece dizer em relação ao afinar de toda a máquina organizativa? 
R: Para a maior parte das pessoas o Censo começa no dia 16 de Maio com a recolha de dados. Para nós o Censo já começou desde que iniciamos com a actualização cartográfica que permitiu mapear todo o parque habitacional em Angola e quando realizamos o Censo Piloto.

P: Como está a calendarização? Os cronogramas estão aquém ou além dos prazos? E como adaptá-los até à altura do momento censitário? 
R: Tudo decorre de acordo ao cronograma. A actualização cartográfica foi concluída e com isso, fomos capazes de determinar a quantidade de pessoas a envolver na recolha de dados e criar todas as condições para a impressão dos mapas censitarios. A estratégia de logística foi corrigida e esta a ser implementada deste Janeiro de 2014 com a distribuição do material para a formação. Estamos na ultima fase de selecção dos Agentes de Campo. Foram realizados 8 dos 9 ciclos de formação. Todos os documentos técnicos (manuais, formulários, fichas, questionários….) estão elaborados e maior parte deles ja se encontram no país. A campanha de publicidade iniciou e aumenta a medida que o tempo passa. Todas as condições técnicas e materiais para o início de funcionamento do Call Center estão criadas. Estas são apenas algumas das principais tarefas que indicam que a preparação para o censo 2014 decorre em perfeitas condições.

Até à presente data, a realização das actividades censitárias, estão completamente dentro do cronograma. Existem algumas actividades como é a campanha publicitária que iniciou relativamente tarde por razões alheias ao Gabinete Central do Censo. As actividades mais visíveis como a actualização cartográfica, o recrutamento, selecção e recrutamento e criação dos corredores logísticos estão perfeitamente dentro do cronograma embora reconheçamos que a pressão aumenta a cada dia que passa.

P: Fale-nos, por favor, em números, como está o processo de recrutamento e selecção dos candidatos? Sabemos que há também o processo de credenciamento dos recenseadores. Que avaliação faz desta tarefa? 
R: O processo de recrutamento iniciou em Novembro de 2013 para os Assistentes Técnicos e Janeiro de 2014 para os recenseadores. Durante a primeira fase do recrutamento dos Assistentes Técnicos, foram seleccionados e formados mais de 4535 Assistentes Técnicos dos quais, 21 provinciais, 161 municipais, 556 comunais e 3797 locais. Este resultado, representa o total de Assistentes Técnicos previstos. Relativamente aos Agentes de Campo, está a decorrer a selecção dos recenseadores a nível de todas as comunas. A pré-selecção está a ser feita pelos Grupos Técnicos e a selecção será conduzida pelos Assistentes Técnicos aos diferentes níveis. Prevê-se nesta etapa seleccionar 79.582 recenseadores em todo país que serão submetidos a uma formação de 10 dias seguida de uma avaliação final.

P: Constou-nos que há localidades em que o número de agentes (recenseadores e supervisores) não foi completado. É real e se sim, que soluções existem? 
R: A selecção dos recenseadores iniciou recentemente. Ainda não temos dados conclusivos. Entretanto, informações previamente recolhidas indicam que em alguns lugares devido a inexistência de escolas do segundo ciclo do ensino geral, nao possuemcandidatos com os requisitos exigidos. Nestes casos, a estratégia é recorrer as zonas vizinhas mais próximas para cobrir esta situação.

P: Como é que a mensagem do Censo está a chegar às populações e se a informação disseminada é suficientemente mobilizadora? Qual tem sido o feed-back da população? 
R: A campanha de publicidade e sensibilização já está no ar há algum tempo. Ela é visível nas ruas, rádios e televisão. O nível de conhecimento das pessoas tem aumentado a medida que intensificamos as actividades publicitárias. Isso pode ser observado mediante aquilo que a pessoas dizem quando são entrevistadas. Mais de 300,000 pessoas apresentaram candidaturas e isso significa que as pessoas sabem da realização. A experiência actual e do censo piloto, indica que precisamos intensificar a publicidade principalmente nos centros urbanos na medida em que, nas zonas rurais a comunicação circula com mais facilidade e as pessoas se mobilizam mais facilmente para este tipo de causa. Adicionalmente, reconhecemos que urge aumentar a distribuição de mais material publicitário.

P: Como estão a ser mobilizados os meios e fale-nos por favor de toda a movimentação logística. 
R: A questão logística está a merecer todo o cuidado na medida em que, é o garante do cumprimento de um dos princípios estruturantes do Censo que é a Universalidade. Tudo está a ser feito para que isso assim aconteça. Foram definidos os corredores logísticos que têm permitido a distribuição de todo material de apoio às formações e posteriormente a recolha de dados. Todas as zonas de difícil acesso foram identificadas e devidamente mapeadas e contaram com apoio de helicópteros, barcos e camiões militares. A nível de cada província decorre o processo de validação dos Postos de Distribuição e Centros de Arrecadação para acondicionar o material censitário. Para reforçar a capacidade de distribuição a nível comunal e assegurar a segurança das pessoas envolvidas no censo e o material censitário, o Gabinete Central do Censo, fez a aquisição de centenas de viaturas sendo uma para cada comuna e 200 para a Policia Nacional.

P: Uma questão que está a preocupar alguns círculos é a seguinte: a maior parte dos chefes de agregados familiares ou seus representantes são trabalhadores e pode ocorrer o facto de que nos dias em que os recenseadores passem em suas casas só estejam lá crianças, como fazer nestes casos? 
R: A recolha de informação será feita pelos recenseadores. Cada recenseador terá ao seu dispor um mapa denominado “Secção Censitária” com uma média de 80 casas na zona rural e 100 na zona urbana. O recenseador deverá durante o período de 16 a 31 de Maio recensear todas habitações. Quando o recenseador não encontrar o chefe do Agregado Familiar ou alguém com idoneidade para representar o chefe do agregado, o recenseador deve voltar quantas vezes forem necessárias. Se a questão persistir, as entrevistas podem ser combinadas em conformidade com a disponibilidade do chefe do Agregado Familiar. Todos devem ser recenseados, ninguém deve ficar de fora. 

Fonte : Press

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